As internações realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Santa Casa de Misericórdia da Campanha, no Sul de Minas, podem ser interrompidas. Além de já enfrentar um acúmulo de dívidas de impostos, o hospital deixará de receber repasses do estado a partir do próximo ano.
O possível fechamento de todo o setor de internação da Santa Casa já preocupa alguns moradores. Atualmente são 22 leitos disponíveis para a internação por meio do SUS.
A Santa Casa de Campanha é uma instituição filantrópica, que recebe recursos do Ministério da Saúde e do Governo do Estado. A unidade também tem apoio do pagamento de carnês, feito por doadores.
Segundo o hospital, todos os meses o setor gera um gasto em torno de R$ 115 mil. A situação financeira começou a ficar comprometida em março do ano passado.
Conforme o provedor da Santa Casa, o hospital já acumula dívidas de alguns impostos. O déficit mensal com as contas chega a R$ 20 mil. A situação preocupa, porque a unidade foi informada que um dos repasses do Governo do Estado, no valor de pouco mais de R$ 13 mil, não será mais realizado a partir do próximo mês.
“A partir de janeiro é R$ 35 mil a 40 mil de déficit mensal. Se a gente não pagar os impostos até abril, eu não consigo as emendas parlamentares. Então, é mais um déficit de 20 mil por mês que as emendas parlamentares cobrem. Nós vamos passar a R$ 50 mil por mês e aí a Santa Casa vai voltar naquele status de 2017, com as portas fechadas, nove meses de salários atrasados, sem poder atender ninguém, sem ter medicação, alimentação, sem nada. E a gente não quer isso”, disse Paulo César Ferreira Ayres, provedor da Santa Casa de Campanha.